Por Floresta News
Publicado em 21 de setembro de 2023 às 07:34H
Em meio a uma economia instável e desafiadora, os brasileiros estão enfrentando uma verdadeira corda bamba financeira. A combinação de inflação de alimentos, taxas de juros elevadas em cartões de crédito e empréstimos bancários, a corrosão do poder de compra e quatro anos sem aumento real de salários está levando muitas famílias a uma encruzilhada financeira, onde escolher entre pagar a comida ou a conta de luz tornou-se uma triste realidade.
De acordo com os dados do Mapa da Inadimplência e Renegociação das Dívidas do Serasa, as famílias brasileiras estão atrasando o pagamento de contas de serviços essenciais a um ritmo alarmante. No mês de agosto, essas contas representaram um recorde de 24% das dívidas do país, o maior percentual desde o início da série histórica em 2019.
Segundo o relatório, as contas relacionadas a necessidades básicas têm visto um crescimento significativo em 0,53 ponto percentual, totalizando um aumento de 2,93 pontos percentuais desde o início do ano nesse setor.
Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio-diretor da Multimarcas Consórcios, ressalta que “para o brasileiro, a instabilidade econômica do país é o principal obstáculo para alcançar um padrão de vida financeira saudável. A alta inadimplência é resultado direto da combinação de salários baixos e desemprego em ascensão.”
Além disso, o número de inadimplentes no país voltou a crescer, revertendo uma tendência de dois meses de queda. No mês passado, mais de 320 mil novas pessoas entraram para as estatísticas de inadimplência. O valor médio das dívidas por pessoa também subiu 0,5%, atingindo a marca de R$ 4.948. Uma pesquisa do Serasa revelou que mais da metade dos brasileiros possui dois ou mais cartões de crédito.
O estado do Rio de Janeiro lidera as estatísticas com 53,17% da população adulta enfrentando dívidas em atraso, um percentual significativamente acima da média nacional, que é de 42,56%. Com mais de 7,2 milhões de fluminenses inadimplentes, o valor médio das dívidas ultrapassa os R$ 5 mil.
Lamounier aponta o cartão de crédito como um vilão nesse cenário. “As pessoas têm usado o cartão de crédito para compras do dia a dia, acreditando que ao dividir uma compra, a dívida se torna mais gerenciável. Na realidade, isso apenas antecipa as dívidas do próximo mês e os juros agravam a situação.”
Outros estados que ultrapassaram a barreira de mais da metade da população com dívidas atrasadas incluem Amapá, Amazonas, Mato Grosso e o Distrito Federal. Na capital federal, por exemplo, mais de 1,2 milhão de moradores estão inadimplentes, somando dívidas que chegam a R$ 9,5 bilhões, com uma média de R$ 7,4 mil por pessoa. Isso representa 52,45% da população adulta na unidade federativa, um índice acima da média nacional, que é de 43,88%.
Diante desse cenário preocupante, é crucial que os brasileiros adotem medidas para se organizar financeiramente. Algumas dicas importantes incluem:
Em tempos de desafios econômicos, a organização financeira se torna uma ferramenta essencial para garantir a estabilidade e evitar o ciclo de endividamento. É hora de enfrentar esses desafios com conhecimento e planejamento financeiro sólido.