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Publicado em 13 de maio de 2025 às 09:00H
Ex-funcionários, professores e responsáveis por estudantes do Colégio Everest, localizado no Lago Sul, em Brasília, denunciaram a escola por racismo institucional após um grave episódio envolvendo quatro alunos do ensino fundamental. De acordo com relatos, os estudantes ofenderam um agente de portaria negro da unidade com palavras como “macaco”, “fedorento” e “urubu”.
O caso teria ocorrido em setembro de 2024, mas só veio à tona na última semana. Segundo a denúncia, o trabalhador foi posteriormente transferido para outra unidade do colégio e afirma ter sido pressionado a assinar uma ata manuscrita negando qualquer ocorrência de discriminação. O funcionário foi demitido do cargo na última quarta-feira (7/5), cerca de um ano após ser contratado.
A ocorrência foi registrada na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e classificada como injúria racial. O caso também está sob investigação do Núcleo de Direitos Humanos (NDH) do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT).
Conforme o depoimento prestado à 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), a orientadora pedagógica da unidade, ao ser informada do episódio, tentou reiteradamente que os estudantes fossem punidos e que os pais fossem comunicados formalmente. No entanto, segundo ela, houve resistência da escola em aplicar qualquer medida disciplinar. Cerca de 11 dias depois, em outubro de 2024, a orientadora foi demitida.
Apenas um dos pais foi informado oficialmente sobre o ocorrido. Na ocasião, o filho confirmou, na presença da orientadora, que ele e mais três colegas dirigiram ofensas racistas ao funcionário da portaria, através da janela da sala de aula.
Outro ponto sensível revelado pela denúncia é que o encarregado geral dos porteiros teria admitido que este não seria um caso isolado. Segundo ele, episódios semelhantes já teriam acontecido antes na mesma instituição.