Por Exame
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 12:48H
A desigualdade de renda no Brasil está aumentando há 17 trimestres consecutivos, o maior período já documentado pela série histórica, segundo o estudo “Escalada da Desigualdade”, do economista Marcelo Neri, do FGV Social, divulgado nessa quinta-feira (15).
“Nem mesmo em 1989, que constitui o nosso pico histórico de desigualdade brasileira, houve um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos”, destaca o estudo.
O período de contração interrupta de renda começou no primeiro trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014.
Nessa época, começou a ficar mais evidente o desequilíbrio fiscal no qual o país ingressou. Economistas sustentam que as politicas intervencionistas e de estímulo ao consumo usadas para superar a crise global naquele momento teriam fugido de controle ao longo do governo Dilma Rousseff (2011-2014).
Após quatro anos de alta ininterrupta, a desigualdade de renda teve o menor avanço de abril a junho deste ano. “É um aumento modesto que interrompe um longo período de aumento da concentração de renda do trabalho, mas mostra desaceleração da desigualdade”, diz o estudo.
O estudo traz a evolução do índice de Gini, medida popular de desigualdade, que mostra tendência acendente desde o último trimestre de 2014, quando chega a 0,6003, o nível mais baixo da série. O viés de alta persiste até o segundo trimestre de 2019, período no qual ele subiu 0,0287 ponto.
Durante esse período, o índice seguiu com um ritmo de aumento anual similar ao de queda observada no período histórico de marcada redução da desigualdade entre 2001 e 2014, destaca a pesquisa.
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