Por ORM
Publicado em 29 de junho de 2020 às 12:37H
O governo do Pará iniciou nesta segunda-feira (29) as testagens de covid-19 que embasarão a pesquisa epidemiológica em todo o Estado que tem como objetivo identificar o quantitativo de pessoas infectadas ou não pelo novo coronavírus, além de medir a expansão da pandemia em Belém e municípios do interior. Os resultados do estudo ‘Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19’ vão subsidiar o planejamento, assim como a implementação de políticas públicas eficientes para o enfrentamento da doença em todas as regiões paraenses.
O projeto será coordenado por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), professores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e pesquisadores do Instituto Acertar, que é uma instituição da Região Norte especializada em pesquisas quantitativas e qualitativas.
“Para a testagem, serão utilizados testes rápidos, por meio da furada de dedo. Dentre os principais objetivos estão, justamente, o de identificar esse número de pacientes que já foram infectados e ver essa previsão epidemiológica da doença no Pará como um todo”, explicou Maitê Gadelha, diretora técnica da Sespa.
A pesquisa será aplicada em 52 cidades paraenses, escolhidas conforme setores censitários do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como estimativa populacional, levando-se em consideração municípios de pequeno, médio e grande porte das oito Regiões de Regulação da Sespa. Em todas as cidades, serão desenvolvidos inquéritos epidemiológicos, tanto na zona rural quanto na urbana.
De acordo com o professor da Uepa, Clay Anderson Chagas, o levantamento será dividido em duas etapas: a primeira será a aplicação de questionários de múltipla escolha, para identificar o perfil demográfico e socioeconômico da população, assim como a presença ou não de sintomas da doença, a relação com a pandemia e com as medidas de proteção contra o vírus; a segunda será a testagem aleatória para a covid-19, chamada de ‘Teste do IGG’, a qual inicia já nesta terça-feira (30), em Belém e Ananindeua, ambos da Região Metropolitana de Belém.
A partir do dia 6 de julho, a testagem segue para as outras 50 cidades. Após 20 dias, em média, a mesma metodologia é repetida nas localidades. “Com isso, conseguimos medir a prevalência e a velocidade da expansão da pandemia, ajudando os órgãos a se planejarem. A ideia, inicialmente, é testar 27 mil pessoas aproximadamente”, complementou o professor da Uepa.
A pesquisa utilizará os testes rápidos como base, os quais emitem resultados após 15 ou 20 minutos e indicam se a pessoa tem ou não os anticorpos do novo coronavírus. Ainda de acordo com Clay Anderson Chagas, as equipes devem ficar de 4 a 5 dias em cada região.
Devem ser abordadas pessoas de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 16 anos, residentes nos domicílios de abrangência do estudo.
Ao todo, 208 alunos da área da Saúde da Uepa vão participar da pesquisa de campo. O treinamento prático dos estudantes que vão atuar, no primeiro momento, em Belém e Ananindeua será realizado, nesta segunda-feira (29), por técnicos da Sespa e do Instituto Acertar, na Escola de Enfermagem da Universidade.
O treinamento consiste em uma parte teórica, sobre a aplicação dos questionários e, em seguida, com a parte prática, já voltada a utilização dos testes rápidos.
Durante a pesquisa, os profissionais e estudantes utilizarão equipamentos de proteção individual, conforme orientação do Ministério da Saúde, e irão até as residências selecionadas, de acordo com a programação e metodologia do trabalho. Todos os dados serão repassados à Sespa para que, em seguida, sejam disponibilizados à população (com informações da Agência Pará).
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