Professora de Português celebra data dedicada a língua

Amanhã , 5 de novembro, é comemorado o Dia Nacional da Língua Portuguesa. A data foi instituída pela Lei n.º 11.310, de 12 de junho de 2006 e foi escolhida em virtude do nascimento de Rui Barbosa, escritor e político brasileiro que se dedicou profundamente ao estudo da língua. Ele nasceu em 5 de novembro de 1849.

Em Tucuruí muitos professores se dedicam a missão de ensinar crianças e adultos a aplicação correta da língua. Uma delas é a professora Cecília Maria Tavares Dias, que mora em Tucuruí e leciona a matéria desde 1983. Atualmente trabalha nas redes municipal (SEMEC) e estadual de ensino (SEDUC) e presta serviços em universidades públicas, como a UEPA e em particulares. Não satisfeita com seu extenso currículo está cursando Doutorado em Estudos linguísticos e literários, na UFPA.

E para celebrar essa data tão importante para todas as pessoas no mundo que falam português, que somam mais de 260 milhões, a professora explica qual a importância dessa comemoração: “Ter-se uma data para celebrar a nossa língua, de alguma forma, é uma oportunidade de se trazer para o meio social tanto a  necessidade que temos de utilizar a língua como agente de transformação de determinadas realidades, quanto o direito à livre expressão do povo em se fazer ouvir,  de forma natural, na busca por condições básicas que o ajudem a viver melhor. Desse modo, é importante que o ato de celebrar a língua não fique somente nas escolas, onde são apresentadas diversas formas de demonstrações, como leitura e recitação de poemas, encenação de peças teatrais, entre outros, mas que alcance os meios de comunicação dos quatro cantos do país,  disseminando, assim,  o valor que a língua deve ter para o desenvolvimento do seu povo.  Por conta disso, agradecemos esta oportunidade que nos está sendo concedida por este Sistema de Comunicação para assim elevarmos a nossa voz em favor de uma língua nacional sem preconceitos e acessível para todos(as)”.

Em uma era tão digital como a que estamos vivendo, incentivar crianças e adolescentes e até mesmo adultos, é um desafio diário, já que até o hábito de escrever a mão está ficando mais difícil. Em relação a essa prática a professora Cecília destaca o que fazer para melhorar o nosso português: “É muito importante que façamos da leitura uma prática prazerosa e habitual, pois ela é um instrumento que nos dá a base para que nos posicionemos criticamente em diversas situações do dia a dia, assim como, nos possibilita  à produção de bons textos (em se tratando do emprego da norma padrão), uma vez que não precisamos recorrer a manuais de gramática, pois já temos internalizados os elementos constitutivos de um texto, bem como,  a ortografia de um horizonte de palavras”.

A língua portuguesa é falada em 9 países e apresenta diversas variantes escrita e oral, fazendo esses países únicos mesmo falando a mesma língua. No Brasil não é diferente, com um território tão grande o emprego do português se diferencia de Norte a Sul. Sobre essa questão a professora explica tanta individualização: “Diversos são os fatores, como a colonização, a faixa etária, o sexo, a situação socioeconômica, a escolaridade, entre outros fatores, que são derivados da miscigenção brasileira  ou criados a partir de identidades regionais e sociais, contribuem para que a língua seja utilizada de diferentes maneiras no nosso país. No geral, todas as línguas apresentam variações, dessa forma, a língua portuguesa, embora seja um mesmo código linguístico compartilhado pelos falantes das cinco regiões, a populaçao dessas regiões tem suas variações linguísticas que a identificam.”

Ela que é apaixonada por lecionar, fala com orgulho dessa profissão que a faz tão feliz: “Sou muito grata a  Deus por ter me concedido a luz de partilhar e compartilhar as belezas da nossa língua, considerando  que ela é  heterogênea, para tanto, viva, dinâmica e sujeita a mudanças, por conta disso, trabalho com meus alunos a questão de que devemos valorizar a diversidade linguística do nosso país, compreendendo que as variações linguísticas são fenômenos naturais, não existindo, portanto, o conceito do certo e do errado, por conseguinte, não devemos usar de preconceito linguístico com um falar que não esteja de acordo com  às regras da gramática prescritiva, mas que saibamos que conforme a situação exigida, devemos ter conhecimento amplo da língua, para que a empreguemos segundo o que determina os seus níveis, adequando-os aos momentos de criação.”