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Tucuruí, 08 de December de 2025
Sistema Floresta

Campanha UNA-SE promove 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres

Por Floresta News
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 16:02H

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Entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro, o mundo volta suas atenções para os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres, que em 2025 destaca um tema urgente: “UNA-se para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Meninas”.

A mobilização ocorre em um contexto alarmante. Segundo a ONU, uma em cada três mulheres já sofreu algum tipo de violência — e, cada vez mais, esse ciclo de agressões tem se deslocado para o ambiente virtual, onde a impunidade cresce proporcionalmente ao alcance das tecnologias.

Este ano, a campanha também marca o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, o mais abrangente compromisso internacional pela igualdade de gênero já firmado. O foco de 2025 sinaliza que a segurança digital tornou-se parte inseparável da vida e dos direitos das mulheres.

Violência que começa online e transborda para a vida real

As formas de assédio e violência digital avançam em velocidade recorde. Entre as práticas mais recorrentes estão:

  • divulgação ou ameaça de divulgar imagens íntimas sem consentimento;
  • cyberbullying, trollagem e ameaças;
  • assédio e assédio sexual em plataformas digitais;
  • deepfakes com conteúdo sexual;
  • discursos de ódio e campanhas de desinformação;
  • doxxing (exposição de dados pessoais);
  • perseguição e vigilância online;
  • aliciamento e exploração sexual;
  • perfis falsos usados para enganar vítimas;
  • redes misóginas e fóruns que estimulam violência.

A violência virtual não se limita ao ambiente digital. Muitas vezes, ela resulta em agressões, coerção, perseguição presencial e, nos casos extremos, feminicídio. Os danos psicológicos e sociais podem se prolongar por anos.

Mulheres com atuação pública — como jornalistas, políticas, ativistas e defensoras de direitos humanos — estão entre as mais expostas. Mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+, com deficiência ou que enfrentam outras desigualdades acumuladas também são atingidas com mais intensidade.

Por que é tão difícil combater o assédio digital?

Especialistas apontam vários fatores que dificultam a responsabilização de autores de violência digital:

  • legislação ainda insuficiente em muitos países;
  • falta de transparência e responsabilização das plataformas;
  • comunidades online que normalizam violência e misoginia;
  • uso da inteligência artificial para criar novas formas de agressão;
  • anonimato e ataques transfronteiriços, que dificultam investigações;
  • poucos serviços de apoio para vítimas de vazamentos e perseguições digitais.

Avanços internacionais indicam mudança de cenário

Os últimos anos registraram conquistas importantes:

  • Em 2024, o Pacto Digital Global da ONU estabeleceu padrões inéditos para segurança digital e governança de IA.
  • A Convenção de Cibercrime da ONU, aprovada no mesmo ano, se tornou o primeiro instrumento internacional juridicamente vinculante voltado para combater crimes digitais.
  • A Assembleia Geral aprovou uma resolução para eliminar a violência contra mulheres em ambientes digitais, instando governos a agir imediatamente.
  • A Comissão de Estatística da ONU iniciou a criação de métodos globais para medir a violência digital de gênero.
  • Organismos regionais, como a União Africana e a União Europeia, também avançaram em legislações que fortalecem a proteção de mulheres.

O que a campanha “UNA-se 2025” pede ao mundo?

A ONU orienta ações em quatro frentes:

1. Governos

  • Aprovar e aplicar leis que criminalizem a violência digital.
  • Garantir proteção de dados pessoais.
  • Cobrar responsabilidade das big techs.

2. Empresas de tecnologia

  • Tornar plataformas mais seguras.
  • Remover rapidamente conteúdos abusivos.
  • Publicar relatórios transparentes.

3. Doadores e organizações

  • Financiar movimentos feministas e entidades que apoiam vítimas.

4. Sociedade

  • Denunciar abusos, apoiar sobreviventes e combater discursos tóxicos.

E o que cada pessoa pode fazer?

Durante os 21 Dias de Ativismo, a campanha incentiva:

  • rodas de conversa sobre segurança digital;
  • ações com escolas, universidades e coletivos de juventude;
  • parcerias com governos locais, empresas privadas e instituições;
  • apoio a serviços que acolhem vítimas de violência;
  • adesão a campanhas de homens aliados contra a misoginia digital;
  • mobilizações nas redes sociais com as hashtags #NaoTemDesculpa e #ACTtoEndViolence.

E, claro, a tradição permanece: usar a cor laranja, símbolo global de esperança por um futuro livre da violência.

Uma causa que exige continuidade

A violência contra mulheres, seja digital ou presencial, não é inevitável. Ela é fruto de estruturas que podem — e devem — ser transformadas. Os 21 Dias de Ativismo reforçam o compromisso de governos, organizações e pessoas com a construção de um ambiente digital seguro, inclusivo e livre de ódio.

A campanha global de 2025 conta com apoio do Programa ACT, liderado pela ONU Mulheres e financiado pela União Europeia, ampliando ações de monitoramento, coleta de dados, financiamento e fortalecimento de movimentos feministas.

com informações de ONU MULHERES

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