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Tucuruí, 18 de March de 2025
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Domingo é marcado por dor e revolta no enterro dos três jovens em Novo Repartimento

Por Floresta News
Publicado em 02 de maio de 2022 às 08:17H

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Comoção, incredulidade e revolta. Esses eram os sentimentos de todos que aguardavam os corpos dos três rapazes que foram assassinados em terras indígenas, em Novo Repartimento. Durante todo o dia foram feitas carreatas em homenagem aos três jovens.

A cidade parou durante todo o domingo (1º) para sepultar Willian Santos Câmara, José Luis da Silva Teixeira e Cosmo Ribeiro de Sousa. Os corpos foram liberados do Instituto Médico Legal de Marabá – IML, somente no final da tarde e levados para a Câmara Municipal de Novo Repartimento, onde uma multidão esperava para prestar a última homenagem aos três.

Ao chegar no local foram recebidos com palmas

Foi um velório rápido, já que os corpos estavam em estado avançado de decomposição, pois ficaram, segundo a polícia, pelo menos sete dias enterrados. As famílias foram as primeiras a se despedirem, logo depois o local foi aberto para que amigos e passassem, sem parar, pelos três rapazes, pois havia milhares de pessoas no local.

Abraão Braga, amigo das famílias, disse que a luta dos familiares tem sido longa nesses oito dias, mas que estavam aliviados: “Apesar de todo o sofrimento é um refrigério poder velar os nossos amigos, a gente temia que não pudéssemos fazer isso”.

Sebastião Câmara, pai de Willian, estava abalado, mas deixou claro o quanto se sentiu acolhido pela população de Novo Repartimento: “Eu tenho muito o que agradecer a todos da cidade que nos ajudaram ao apoio da Polícia Rodoviária Federal que não nos abandonou. Agora nós queremos justiça, não queremos conflito, queremos que essas pessoas paguem pelo o que fizeram”. Finalizou o pai enlutado.

No momento do velório Sebastião doou ao pequeno Manoel Ricardo, amigo de Willian, os acessórios de montaria do filho, que incentivava Manoel no esporte: “Eu vou guardar isso pro resto da minha vida, ele me ajudava a montar, me ensinava, ele meu amigo, brincava comigo”. Contou entre lágrimas Manoel.

Manoel Ricardo ganhou o material de montaria do pai de Willian

Os corpos foram enterrados por volta das 23:30h. O IML ainda não divulgou nenhuma informação sobre os exames que foram realizados.

O Deputado Caveira, esteve no sepultamento como membro da Comissão de Segurança e Justiça da Assembleia Legislativa do Pará: “Esse triplo assassinato não pode ficar impune, estamos pedindo ao Ministro da Justiça, Anderson Torres, para enviar uma força tarefa para investigar esse caso. Ouvi relatos que corpos foram encontrados nas imediações, e nós temos que tomar alguma providência, nós não queremos derramamento de sangue na região, mas peço que a justiça seja feita”. Finalizou o deputado.

O caso

Desde o dia 24 de abril, a família divulgou nas redes sociais o desaparecimento dos três rapazes, que teriam ido até a Reserva Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, caçar e não tinham voltado. Diante da impossibilidade de entrar no local para procurar, as famílias organizaram um protesto da BR-230, para chamar a atenção das autoridades.

Durante a semana foram chegando Polícia Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional e na quinta-feira (28) O juiz federal Heitor Moura Gomes, da Subseção Judiciária de Tucuruí, havia assinado ordem de busca e apreensão na área e a liberação da rodovia. Desde então os policiais, junto com o Corpo de Bombeiros, iniciaram as buscas.

Corpos foram achado enterrado em uma cova rasa

No final da tarde de sexta-feira (29) os corpos foram localizados, mas a polícia informou aos familiares no sábado (30) pela manhã. De acordo com informações do advogado das famílias, os três foram encontrados a 100 metros de distância da primeira aldeia, que fica distante 8km da rodovia. Enterrados em uma cova rasa, com os braços e pés amarrados para trás, e com os rostos virados par baixo. “A gente teve acesso a fotos que mostram a crueldade com que eles foram mortos. Agora vamos esperar a finalização do inquérito, que tem 30 dias de prazo, depois o delegado vai entregar o relatório ao Ministério Público Federal – MPF, onde irá indicar possíveis acusados, motivos do crime e a forma”. Explicou Cândido Júnior, advogado das famílias.

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