Por G1
Publicado em 06 de janeiro de 2020 às 11:15H
Autoridades da Austrália aproveitaram as condições climáticas melhores nesta segunda-feira (6) para reabrir estradas que estavam bloqueadas por incêndios e remover pessoas para áreas mais seguras. Apesar disso, uma fumaça desacelerou resgates, e centenas de pessoas continuam isoladas.
As queimadas atingiram mais de 8 milhões de hectares de terras pelo país, uma área do tamanho da Áustria, destruíram milhares de prédios e deixaram cidades sem eletricidade e cobertura de telefonia móvel. Até a manhã desta segunda-feira, 25 mortes haviam sido causadas.
Nesta segunda, a polícia confirmou a morte de um homem de 71 anos que estava desaparecido desde 31 de dezembro na costa sul do estado de New South Wales.
Um segundo dia de chuvas leves e ventos levou algum alívio ao fogo que consumiu parte de dois estados durante o fim de semana, mas as autoridades avisaram que as condições climáticas perigosas devem voltar nesta semana.
O primeiro-ministro estadual de Victoria, Daniel Andrews, disse que cerca de 400 pessoas foram retiradas via aérea no domingo (5) da cidade de Mallacoota, um balneário.
“Nós tínhamos planos de tirar via aérea outros 300, mas a fumaça impediu”, ele disse.
Scott Morrison, o primeiro-ministro, foi criticado pelos seus oponentes que dizem que o governo fracassou em combater a mudança climática. Ele anunciou um plano de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 5,69 bilhões) para uma agência nacional de recuperação do incêndio florestal.
“O que priorizamos é o custo humano e os custos de reconstrução das vidas das pessoas”, disse Morrison.
Ele disse que cerca de 4 mil cabeças de gado e ovelhas morreram nos incêndios, assim como um número indefinido de animais selvagens.
A época de incêndios começou mais cedo neste ano, depois de uma seca que durou três anos e que deixou as florestas do país ressequidas.
A Austrália vive um dos piores incêndios florestais dos últimos anos, desde setembro de 2019. O fenômeno é natural e é causado pela combinação de temperaturas superiores a 40º C e uma quantidade insuficiente de chuva, que deixam a vegetação extremamente seca.
Os ventos fortes que são típicos dessa época do ano agravam a situação, espalhando as chamas por vários quilômetros.
Esse fenômeno natural das queimadas ocorre todos os anos na Austrália, entre o final da primavera, no mês de novembro, e o início do verão, em dezembro. Porém, em 2019, os incêndios começaram antes do previsto, e foram mais violentos. A explicação está nas temperaturas que ultrapassam os 44º C.
Send this to a friend