Por G1
Publicado em 14 de abril de 2020 às 22:00H
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (14) que vai ordenar a suspensão do envio de verbas para a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele acusa a organização de lidar de forma inadequada com a pandemia de coronavírus.
Há uma semana, Trump havia ameaçado cortar a verba durante uma entrevista coletiva, reclamando que a OMS poderia “ter avisado antes” sobre o perigo do coronavírus. Horas antes, ele havia postado uma mensagem se queixando que a organização dava muita atenção à China.
Nesta terça, Trump abriu sua coletiva diária anunciando o corte.
“Hoje estou instruindo minha administração a interromper o financiamento da OMS enquanto uma revisão é conduzida para avaliar seu papel (da OMS) na severa má administração e no encobrimento da disseminação do Coronavírus”, disse.
Ainda segundo Trump, a OMS tem problemas “do tipo que ninguém acreditaria” e a revisão deve levar de 60 a 90 dias.
Ele diz que, ainda em dezembro de 2019, havia “informações críveis” de que o vírus seria transmissível de uma pessoa para outra, mas que a OMS desprezou a gravidade da ameaça e não respondeu de maneira apropriada.
“Tantas mortes foram causadas por seus erros”, afirmou.
“Por enquanto, redirecionaremos a saúde global e trabalharemos diretamente com outras pessoas. Toda a ajuda que enviarmos será discutida em cartas muito, muito poderosas e com grupos muito poderosos e influentes e grupos inteligentes”, acrescentou.
Em comunicado divulgado horas depois, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que “não é hora” de reduzir o repasse recursos à OMS.
“Agora é hora de unidade e de a comunidade internacional trabalhar junto com solidariedade para parar esse vírus e suas consequências desastrosas”, afirmou.
Trump foi duramente criticado durante as primeiras semanas da pandemia por sua demora em tomar ações, mesmo quando já haviam sido registrados os primeiros casos nos Estados Unidos. O presidente chegou a dizer, em março, que a situação estava “totalmente sob controle” no país, atualmente o local com mais casos confirmados e mortes provocadas pelo coronavírus no mundo.
Nesta terça-feira, de acordo com dados da universidade Johns Hopkins, os EUA tinham 594.207 casos, e 25.402 mortes.
Ainda durante a coletiva, Trump falou sobre respiradores artificiais, e voltou a dizer que não faltarão aparelhos nos hospitais de todo o país.
A essa altura, ele aproveitou para provocar Andrew Cuomo, governador do estado de Nova York – o mais atingido do país – dizendo que o pedido deste por mais respiradores era “ridículo”, e o ex-presidente Barack Obama, a quem culpou por um baixo estoque federal do equipamento – embora ocupe a presidência desde janeiro de 2017.
Após uma declaração polêmica na segunda-feira – quando afirmou que “quando alguém é o presidente dos Estados Unidos, a autoridade é total” – ao dizer que decidiria sozinho quando a economia do país seria reaberta, o presidente voltou a tocar no assunto de forma mais moderada. “Os planos para reabrir o país estão quase finalizados e em breve estaremos compartilhando detalhes e novas diretrizes com todos”, disse.
Assim como decretaram as quarentenas e, em alguns casos, penalizações, os governadores também têm poder para decidir quando autorizar a abertura de estabelecimentos e retomada de atividades em cada estado.
Trump, entretanto, afirmou que vai “autorizar” os governadores a fazer isso de acordo com seus próprios julgamentos.
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