Por Floresta News
Publicado em 24 de abril de 2025 às 07:50H
Um flagrante inédito e emocionante foi registrado na área do Reservatório Intermediário da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no sudoeste do Pará. Pela primeira vez, câmeras de monitoramento ambiental captaram imagens de filhotes de ariranha — espécie considerada vulnerável à extinção — interagindo com os adultos em seu habitat natural.
As imagens, registradas por câmeras camufladas utilizadas no programa de monitoramento da fauna, mostram com riqueza de detalhes o momento em que duas ariranhas adultas se aproximam de uma toca, de onde logo surgem dois filhotes e outra ariranha adulta. A gravação confirma não só a presença da espécie na região, mas também a sua reprodução bem-sucedida, um indicativo importante da qualidade ambiental da área.
Segundo especialistas, a ariranha — também conhecida como onça-d’água, lontra-gigante ou lobo-do-rio — é extremamente sensível à presença humana, especialmente no período de criação dos filhotes. Por isso, registros como este são raros, e representam um avanço significativo para os estudos de conservação da fauna silvestre na Amazônia.
O flagrante ganhou ainda mais importância por ter ocorrido dentro do reservatório artificial de 119 km² criado pela usina, que integra uma Área de Preservação Permanente (APP) com acesso restrito. A limitação de presença humana torna o local ideal para abrigar e proteger a fauna nativa.
Há 13 anos, a Norte Energia desenvolve um programa de monitoramento de mamíferos aquáticos e semiaquáticos como parte do licenciamento ambiental de Belo Monte. O trabalho envolve o mapeamento das espécies que vivem no entorno do rio Xingu, com foco na preservação e no estudo de animais ameaçados de extinção.
A ariranha está na lista de espécies vulneráveis desde 1999, conforme classificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A aparição dos filhotes traz esperança para a conservação da espécie e reforça a importância das ações contínuas de proteção da biodiversidade amazônica.
(Floresta News)