Carregando...
Ao Vivo
Carregando...
Tucuruí, 12 de May de 2025
Sistema Floresta

Fundação ParáPaz fortalece rede de proteção contra violência sexual infantil

Por Floresta News
Publicado em 17 de abril de 2025 às 02:04H

Compartilhe:

Com apoio psicológico e social, a Fundação oferece o acolhimento necessário às vítimas, além de ações educativas em escolas e comunidades para prevenir abusos

Muito além da simples escuta. O trabalho desenvolvido pela Fundação ParáPaz, um dos órgãos executores das políticas públicas sociais do Governo do Pará, é repleto de histórias de superação, que geralmente começam com o gesto do acolhimento especializado. Todos os dias, equipes formadas por psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais se unem para atender, com respeito, cuidado e sensibilidade, crianças, adolescentes e suas famílias, que vivenciam situações de violência. Esse compromisso diário ganha ainda mais relevância no dia 16 de abril, instituído como o Dia do Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no Pará.

Nos centros especializados da Fundação ParáPaz, em Belém, os acolhimentos seguem protocolos específicos, respeitando o tempo e a realidade de cada vítima. A unidade que funciona na centenária Santa Casa de Misericórdia é referência no atendimento exclusivo a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, enquanto a unidade integrada à Polícia Científica do Pará acolhe vítimas de violência física, psicológica e sexual, além de negligência e maus-tratos.

A assistente social Vânia Tangerino conhece de perto a realidade de quem chega em busca de ajuda. Coordenadora do Centro Integrado ParáPaz na Polícia Científica há mais de cinco anos, ela ressalta que a importância de garantir os direitos das vítimas, desde o primeiro atendimento, está “na agilidade do serviço, para que os encaminhamentos sejam efetivados a tempo e garantam os atendimentos para a profilaxia; acesso à delegacia, em caso de flagrante e não flagrante; aos exames periciais e aos demais atendimentos necessários”.

Segundo ela, o papel do assistente social é oferecer a escuta especializada, o acolhimento e os encaminhamentos iniciais — que podem incluir o Conselho Tutelar, atendimento médico e psicológico, e a Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca), especialmente nos casos em que a vítima chega sem Boletim de Ocorrência.

Empatia e respeito – No atendimento psicológico, um dos cuidados fundamentais é evitar a revitimização, evitando que a criança sofra novamente ao ter que reviver a situação de violência, informa a psicóloga Luiza Bulhões, que atua na unidade da Santa Casa.
“Garantimos que a criança não tenha que repetir o relato diversas vezes, e que todo o atendimento seja conduzido com empatia, respeito e escuta ativa. Evitamos perguntas sugestivas ou invasivas. Respeitamos o tempo da criança para falar sobre o ocorrido, e não forçamos nenhuma revelação. O foco é sempre o cuidado e a preservação emocional da vítima”, garante a psicóloga.

Luiza Bulhões também enfatiza o papel dos responsáveis, que muitas vezes são os primeiros a perceber que há algo errado. Nesses casos, é preciso saber acolher corretamente. “O mais importante é acolher sem pressionar. Escute com atenção, transmita segurança e nunca duvide da fala da criança. Evite fazer perguntas invasivas ou tentar investigar por conta própria. Proteja e, principalmente, denuncie. A responsabilidade pela proteção é dos adultos”, reitera a profissional.

Educação, prevenção e capacitação – O compromisso da Fundação ParáPaz com a prevenção da violência se estende às escolas, onde são realizadas palestras educativas, além de atividades itinerantes e em espaços públicos. Nesses locais, são realizadas rodas de conversa, distribuídos exemplares da Cartilha “Brincando” – usada como ferramenta de proteção e informação contra o abuso sexual -, e o auxílio do personagem GiraPaz, que ensina, de maneira lúdica e cuidadosa, os limites do corpo e o que fazer em caso de abuso.

O presidente da Fundação ParáPaz, Alberto Teixeira, destaca que o cuidado não se limita ao atendimento individual, passando também pela capacitação constante da rede de proteção, a fim de fortalecer os fluxos de atendimento nos municípios e garantir que mais pessoas estejam aptas a identificar sinais de abuso, orientar corretamente a vítima e prestar o devido atendimento.

“Nosso compromisso é garantir que os profissionais estejam preparados, informados e atualizados para lidar com os desafios que envolvem os casos de violência. Essa formação contínua é fundamental para oferecer um atendimento humanizado e eficiente em todos os cantos do Estado”, frisa Alberto Teixeira.

Texto: Natália Mota

Ao vivo
Floresta 104,7MHz
Carregando...
Send this to a friend