Professor estadual conquista vaga no maior laboratório de física de partículas do mundo

De Santo Antônio do Tauá, o professor de Física, Fábio Jorge Ferreira, é o único representante do Pará na formação internacional na Suíça e Portugal

No Pará, a educação na rede estadual tem avançado continuamente. Além do compromisso e investimentos da gestão estadual em infraestrutura e programas de valorização da comunidade escolar, os educadores da rede também estão dedicados a elevar ainda mais a qualidade do ensino público. Um exemplo disso é o professor de física, da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, Fábio Jorge Ferreira. Ele conquistou uma vaga na Escola de Física Cern 2025, da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (Cern), o maior laboratório de física de partículas do mundo, com instalações na Suíça.

De Santo Antônio do Tauá, na Região de Integração do Guamá, nordeste paraense, o professor Fábio Jorge é o único representante do Pará, selecionado para esta edição do programa, entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro. O evento terá sede em Lisboa, em Portugal, e, também, em Genebra e Berna, na Suíça. 

O professor Fábio Ferreira enfatiza que esse é um momento especial. “A seleção foi bastante disputada, eu já tinha participado no ano passado e não consegui. Esse ano eu consegui e é uma alegria grande poder participar da Escola de Física, que é muito prestigiada. Lá, vamos passar por várias universidades de ponta, por exemplo, a Universidade de Coimbra; Universidade de Salamanca, na Espanha, além de workshop sobre física de pesquisa nuclear, então isso é uma coisa muito top e a expectativa da viagem é imensa por aprender e trazer esse aprendizado para rede pública”, contou o educador. 

A Escola de Física Cern em Língua Portuguesa é uma iniciativa que visa capacitar professores do Ensino Médio em Física de Partículas, uma área frequentemente considerada complexa. O objetivo é que os educadores possam, posteriormente, compartilhar o conhecimento adquirido em sala de aula, tornando tópicos avançados da física mais acessíveis aos estudantes. 

“É um sonho grande. A gente, que é de escola pública, não tem muitas oportunidades tão grandes assim, então quando temos a oportunidade, temos que pegar e abraçar ela. Esses conhecimentos que vão ser adquiridos, quando retornar, vou fazer workshops, fazer mostras científicas, trazer o CERN para cá, para a Amazônia, e ao mesmo tempo também fazer algumas mostras falando sobre a COP 30”, comentou o professor Fábio Jorge. 

A seleção para a Escola Cern é um processo competitivo que avalia diversos aspectos da trajetória do candidato, incluindo a atividade docente em sala de aula no Ensino Médio, participação em projetos de formação de professores e atuação como professor credenciado em olimpíadas científicas. 

A participação de professores em programas de imersão científica como a Escola Cern é vista como uma oportunidade valiosa para aprimorar habilidades didático-pedagógicas e trazer para a realidade da sala de aula brasileira os avanços da pesquisa de ponta em Física. A experiência no Cern, conhecido por abrigar o maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC), proporciona aos educadores contato direto com o ambiente onde ocorrem algumas das mais significativas descobertas científicas contemporâneas, como a do Bóson de Higgs. 

Em anos anteriores, outros professores da rede pública paraense também foram selecionados para programas no Cern, como a professora Bárbara Castro em 2022. Em 2024, a educadora ainda retornou ao Cern como auxiliar de coordenação. 

O programa, que conta com o apoio de instituições como o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) de Lisboa, a Sociedade Brasileira de Física (SBF), o São Paulo Research and Analysis Center (SPRACE) e o Instituto Principia, tem um histórico de contribuição para a formação de professores de língua portuguesa desde 2007. A participação brasileira no programa iniciou em 2009.

(SEDUC)