Peritos encontram 27 celulares no barco com corpos que estava à deriva no Pará

Segundo a PF, os nove corpos devem ser sepultados temporariamente em Belém até que sejam identificados e, depois, para que famílias possam ser notificadas formalmente.

Na última quarta-feira (17/4), a Polícia Federal e a Polícia Científica do Pará realizaram uma operação minuciosa de exame dos nove corpos retirados de uma embarcação encontrada próximo a Bragança/PA. Mais de 30 profissionais se envolveram nesse trabalho multidisciplinar, seguindo o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol.

Os procedimentos de exame dos corpos seguiram uma sequência rigorosa, incluindo exame radiológico, análise de vestes, pertences, documentos e adereços, exame médico-legal com coleta de material para exames de DNA e de isótopos estáveis, exame odontolegal, exame necropapiloscópico e estação de verificação de documentos e controle de qualidade.

Os dados coletados foram enviados para Brasília/DF, onde o Instituto Nacional de Criminalística e o Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal darão continuidade ao processo de identificação, com o apoio da Interpol e de organismos internacionais.

Dada a complexidade da migração de pessoas dos países africanos e a falta de dados técnicos estruturados, não é possível estabelecer um prazo para a identificação dos nove corpos. No entanto, a Polícia Federal está empenhada em realizar todos os esforços para que a identidade das vítimas seja estabelecida no menor tempo possível.

Enquanto isso, os corpos serão temporariamente sepultados em Belém/PA, aguardando a identificação e a comunicação formal às famílias das vítimas, por meio dos canais de cooperação policial e jurídica internacionais.

Na mesma quarta-feira, os peritos da Polícia Federal e da Polícia Científica estadual concluíram a análise da embarcação, assim como de todos os pertences, vestes e objetos encontrados em seu interior. Além das 25 capas de chuva e diversos objetos, foram descobertos 27 telefones celulares, encaminhados para exames periciais no Instituto Nacional de Criminalística. As informações potencialmente extraídas desses dispositivos, juntamente com ações de cooperação internacional, serão utilizadas para fornecer indicativos sobre a identidade dos ocupantes da embarcação.

(Floresta News)