Por ORM
Publicado em 08 de junho de 2020 às 04:11H
No período da pandemia de covid-19, se especulava que a violência doméstica e contra vulneráveis iria aumentar. Afinal, mais tempo em casa poderia ter resultados indesejáveis a alguns relacionamentos. O que aumentou foi o número de casos de feminicídio, em todo o Brasil, como aponta o Fórum Brasileiro de Segurança Pública: março e abril tiveram 22,2% mais casos, em média. O Pará seguiu essa tendência, num comparativo entre 18 de março e 31 de maio deste ano e do ano passado.
Nesse período do ano passado, aponta a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), foram 7 casos no Pará. Neste ano, no período que começa a compreender a realidade local da pandemia de covid-19 (a partir de 18 março) até o final de maio, já havia 10 registros de assassinatos de mulheres. O titular do órgão, Ualame Machado, mostrou preocupação com esses dados. Ele reforçou que os canais de atendimento exclusivo a mulheres e disque-denúncia continuam funcionando.
Por outro lado, ressaltou Ualame, as estatísticas estaduais de demais violências domésticas e violência contra vulneráveis acompanharam os dados nacionais, levantados pelo FBSP. O fórum detectou redução de 25,5% dos registros de agressão em decorrência de violência doméstica e de 28,2% dos registros de estupro e estupro de vulnerável.
No Pará, entre 18 de março e 31 de maio, comparando este ano e o ano passado, houve redução de 37% de casos de violência doméstica — agressões, ameaças, lesões corporais — e 26% dos casos de estupro e estupro de vulnerável. Contudo, o secretário reconhece que pode ter ocorrido subnotificações. Afinal, algumas mulheres podem não ter conseguido um meio de denunciar a violência dos companheiros. Ele orienta: as denúncias, ainda que não sejam imediatas, ainda podem e devem ser feitas.
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