Por Floresta News
Publicado em 22 de agosto de 2022 às 11:56H
O primeiro protesto ocorreu no sábado a tarde, os índios que moram na Reserva Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, fecharam a rodovia BR 230 por cerca de uma hora, próximo a ponte do Rio Pucuruí. De acordo com informações de populares, os indígenas queriam impedir a construção da ponte de concreto por, supostamente, alegarem que a obra estaria avançando em parte da Terra Indígena. A nova ponte faz parte da conclusão das obras de pavimentação entre Novo Repartimento e Marabá.
Ainda faltam cerca de 30km da BR 230 para ser asfaltada, e parte desse estrada passa por dentro da reserva. Uma usina de asfalto está sendo implantada ali próximo para dar continuidade a obra. Trabalhadores da obra disseram que lideranças indígenas estiveram no local afirmando que parte da ponte está dentro da reserva e mandaram parar as obras.
Os índios não falaram oficialmente quais as reivindicações e nem a FUNAI se manifestou sobre o assunto.
Os índios ainda chegaram a fechar por cerca de 10 minutos a mesma ponte no domingo, mas foram logo embora. Ao ficarem sabendo do protesto dos indígenas, familiares e amigos dos três jovens mortos em abril deste ano, dentro da Reserva Indígena Parakanã, se reuniram e foram até a ponte onde estava ocorrendo a manifestação dos índios e fecharam o local a partir das 15h, liberando somente a noite.
As famílias afirmam que até hoje não receberam o laudo da causa da morte de Cosmo Ribeiro de Sousa, José Luís da Silva Teixeira e Willian Santos Câmara. Os corpos dos três jovens foram encontrados a 8km da rodovia BR 230, a apenas 100 metros da primeira aldeia indígena da região.
A manifestação das famílias continua nesta segunda-feira (22). A pista é liberada a cada duas horas para os carros passarem.
O caso
No dia 24 de abril, a família divulgou nas redes sociais o desaparecimento dos três rapazes, que teriam ido até a Reserva Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, caçar e não tinham voltado. Diante da impossibilidade de entrar no local para procurar, as famílias organizaram um protesto da BR-230, para chamar a atenção das autoridades.
Durante a semana foram chegando Polícia Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional e no dia 28 de abril, o juiz federal Heitor Moura Gomes, da Subseção Judiciária de Tucuruí, assinou uma ordem de busca e apreensão na área e a liberação da rodovia. Desde então os policiais, junto com o Corpo de Bombeiros, iniciaram as buscas.
No final da tarde do dia 29 os corpos foram localizados, mas a polícia informou aos familiares no dia seguinte (30) pela manhã. De acordo com informações do advogado das famílias, os três foram encontrados a 100 metros de distância da primeira aldeia, que fica distante 8km da rodovia. Enterrados em uma cova rasa, com os braços e pés amarrados para trás, e com os rostos virados par baixo.