Por Floresta News
Publicado em 28 de março de 2022 às 05:58H
A disseminação da desinformação e informação falsa foram uma barreira na resposta à pandemia. A conclusão é do relatório “Explorando debates online da Covid-19 e a poluição de informações na América Latina e no Caribe”, que foi produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, e a firma digital Constella Intelligence.
O estudo define a poluição da informação como conteúdo falso, enganoso e manipulado dentro ou fora da internet, que é criado, produzido e disseminado de forma intencional ou não, e que tem o potencial de causar informação falsa.
Com várias menções ao Brasil, o documento ressalta que o país foi um dos que tiveram um dos maiores aumentos globais de usuários da mídia social entre 2020 e 2021. O total subiu em 10 milhões ou 7,1% pessoas a mais.
Tal como no México, na Colômbia, e na Argentina as contas de redes sociais por usuário de internet são consideradas altas. As empresas do tipo de conteúdo reivindicam alcançar 74,1% da população no que afirmam ser uma penetração considerável.
Mas em relação a narrativas sobre poluição lideram temas como tratamentos alternativos com 34%. As alegações de que a pandemia foi planejada foram consumidos por 32% de brasileiros e sobre vacinas por 22%.
Narrativas na classe da poluição de informações sobre da vacina mostrou que materiais sobre efeitos colaterais do imunizante atingiram 34% do plico analisado. Quanto à rejeição da vacina chegaram a 18% e que o imunizante usaria microchips a 15%.
A análise destaca que 1,4% do conteúdo online revisado na América Latina e Caribe pode ser classificado como tendo resultado da poluição da informação.
O total corresponde a meio milhão de peças de material propagado em quatro meses. O impacto é classificado como sendo “descomunal em públicos vulneráveis”.
Ainda em relação à crise de saúde pública, o apelo feito às instituições do setor é que protejam seu status de confiança se quiserem liderar intervenções de saúde eficazes.
Uma conquista sem precedentes foi a conexão de comunidade global em grande escala na mídia digital e em plataformas de redes sociais. Isso garantiu segurança, conectividade e que os cidadãos fossem informados.
No entanto, as mesmas tecnologias de informação e comunicação permitiram que conteúdo falso fosse mais produzido com as chamadas fake news.
O relatório nota, um grande número de narrativas polarizadoras espalhado, muitas vezes distorcendo o discurso público saudável e impedindo a implementação efetiva de iniciativas de saúde pública.
O conflito em desenvolvimento na Ucrânia oferece um dos exemplos da ampla difusão de narrativas concorrentes e muitas vezes errôneas propagadas globalmente por diversos atores em tempos de crise.
O relatório menciona fatores como a velocidade de implantação da vacinação, que ao lado das várias incógnitas em relação à Covid-19 contribuem para um ambiente de incerteza.
Nessa situação, a credibilidade e legitimidade de instituições de autoridade são forçadas a competir com uma nova onda de influenciadores online nos detores das mídias sociais e alternativa.
O contexto de informações errôneas e de problemas de confiança geram ineficiências tangíveis de saúde pública, comprometendo ganhos sociais críticos e prolongando a pandemia.
O documento destaca que esta situação ocorrendo em vários países que lutam com taxas crescentes de hesitação vacinal, contribuindo para atrasos na entrega do imunizante.
Com informações da ONU Notícias