Por MSN
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 11:05H
Foto: Monkeybusinessimage/iStock
Alimentação tem tudo a ver com educação.
A escola pode ser um ambiente de múltiplas aprendizagens. Muito além do alfabeto ou de contas matemáticas, a instituição é onde se aprende a compartilhar, a ser cidadão e também a ter formas de vida saudáveis. Mas é claro, tudo isso em parceria com a família, que deve ser o berço de bons hábitos. Mauro Fisberg, professor Associado do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente, do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo, frisa que a alimentação escolar deve fazer parte de um projeto educacional global.
Cada escola tem uma realidade
“É preciso pensar em que tipo de escola estamos falando: escola públicas e privadas têm diferenças muito grandes. Também existem muitas discrepâncias de acordo com o ambiente em que a escola está localizada”, salienta Fisberg. Mesmo na escolas particulares há muitas peculiaridades: algumas têm cantina, outras não; em algumas a criança pode levar o lanche de casa, em outras não, por exemplo.
Normalmente, a merenda escolar representa 15% das necessidades diárias das crianças
Hoje em dia existe um maior acesso da população à alimentação, por isso é preciso repensar o programa de merenda. “As escolas ainda estão recebendo uma refeição que visa o combate à desnutrição, mas, na verdade, não conseguimos fazer uma adequação para a mudança que estamos vivendo: praticamente não temos mais desnutrição. Pelo contrário, estamos tendo um aumento de peso da população”, explica o professor.
Frituras e bebidas doces estão saindo dos cardápios.
“Alguns estados estão fazendo projetos de restrição de vendas de frituras e bebidas adoçadas nas cantinas. É muito importante que isso exista, desde que não haja uma espécie de ‘mercado negro’ dentro da escola”, comenta Fisberg. Ou seja: não se pode vender esse tipo de alimento na porta da instituição, mas a criança pode trazer de casa. Isso faz o que o esquema de proteção não funcione.
Frutas sempre são bem-vindas
O lanche escolar geralmente deve ter a combinação de três alimentos: uma fonte de energia, geralmente um cereal, como o pão. Uma fonte derivado lácteo (pode ser leite, queijo ou iogurte, por exemplo) e uma fruta. Existem frutas que podem ser comidas sem nenhum objeto auxiliar e fáceis de distribuir individualmente, como as uvas, que são ótimas opções.
Pais devem ensinar os filhos a escolher a melhor opção
Quem está na cantina é um comerciante, e não é sua responsabilidade se preocupar com questões nutricionais. “Ele vai oferecer o que é mais lucrativo, ou o que tem mais saída”, lembra o professor. Na maioria dos casos os lanches como cachorro quentes e salgadinhos são as principais opções oferecidas.
Educação vem de casa
É importante lembrar que a educação e a saúde dos pequenos devem ser prioridade. Iniciativas escolares são válidas, mas é mais importante ainda que os pais ensinem as crianças sobre o que é indicado comer e por quê.
O lanche deve ser planejado
Se não forem pensados desde a compra, o cardápio, o preparo e a forma de embalar, provavelmente a merenda da criança vai ser algo comprado na hora. E quando a comodidade fala mais alto, geralmente os aspectos nutricionais são deixados de lado.
Cuidado com as porções
Na hora de levar o lanche de casa, é preciso ter cuidado com as porções: a criança não precisa levar um pacote inteiro de bolacha, por exemplo. “Essa educação alimentar vai depender do meio em que vive: se os pais não têm uma alimentação balanceada, provavelmente ela também não vai ter”, ressalta Fisberg.
Na escola, é preciso ter organização na hora das refeições
“A escola pode dar o almoço, mas precisamos frisar que a instituição deve estar preparada para isso, ter um ambiente adequado e sobretudo um nutricionista especializado em alimentação escolar”, lembra o professor. É necessário que alguém organize as ações de alimentação na escola, que ajude a quantificar as porções, que respeite o apetite das crianças e que ensine a não desperdiçar. “Não podemos esquecer que a escola atua como educadora”, frisa o professor.Conheça mais sobre a campanha Obesidade Infantil Não, acesse www.obesidadeinfantilnao.com.br
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