Por Agência Pará
Publicado em 23 de abril de 2020 às 04:40H
Nutricionistas e alunos do curso de Nutrição da Universidade Federal do Pará (UFPA) decidiram auxiliar professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental no desenvolvimento de atividades de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) durante o tempo em que professores e alunos estão em isolamento social. De acordo com a Sespa, alimentação adequada e equilibrada é sempre uma grande aliada na promoção e proteção à saúde.
Liderado pela nutricionista e coordenadora estadual de Nutrição da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Rahilda Brito Tuma, o grupo é formado pela nutricionista do Hospital Ophir Loyola e da UFPA, Thaís Granado; pela nutricionista Giovana Sousa; e pela acadêmica de Nutrição da UFPA, Bárbara Siqueira, todas pesquisadoras do Projeto Enfrentamento e Controle da Obesidade no Âmbito do SUS no Estado do Pará, financiado pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Rahilda Tuma, o grupo estudou, elaborou e está disponibilizando material autoral sobre o tema, bem como sugestões de atividades e indicação de aplicativos e links para que os professores possam utilizar e compartilhar com seus alunos e familiares e toda a comunidade escolar, informações confiáveis sobre alimentação e nutrição.
Como o trabalho foi realizado à distância, o grupo adotou as sugestões e recomendações do Ministério da Economia sobre trabalho remoto, e definiu que só seriam utilizados e compartilhados dados e informações com referência declarada e/ou provenientes das fontes oficiais e institucionais como: Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS), Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), IBGE, Instituto Nacional do Câncer (Inca), Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Universidades, entre outras.
Foram eleitos como canais de comunicação o e-mail institucional da Coordenação Estadual de Nutrição (CEN) da Sespa e um grupo de mensagens instantâneas criado exclusivamente para esse fim.
Os principais objetivos do trabalho são:
“Ao nascer a criança tem um contato especial com aquele que deveria ser seu primeiro e único alimento até os seis meses de idade. Obtido direto da fonte, o leite materno é muito mais que um alimento, representa carinho, amor e proteção. Aí se estabelece o vínculo mãe-filho. O leite materno é tão importante, que até a água vem depois dele.
Nessa fase, a família representa o principal fator de influência sobre o padrão alimentar das crianças, pois é responsável pela aquisição e oferta de alimentos. A atitude que os pais/responsáveis adotam diante do alimento é muito diversificada (autoritário, autorizativo, permissivo, negligente) e o uso de estímulos positivos ou negativos em relação às práticas alimentares podem afetar, significativamente, o desenvolvimento desses hábitos.
Ao entrar em contato com o novo mundo que a cerca, a criança está exposta a estímulos de toda natureza, e, claro, com outros alimentos e durante a introdução alimentar terá inicio o processo de formação de hábitos alimentares que podem perdurar por toda a vida.
Quando a criança ingressa na pré-escola ou na escola, aumenta a influência do meio: a criança se alimenta fora de casa (levada de casa na lancheira, feita na escola ou comprada na cantina), a comida sai do contexto familiar e passa a ter uma representação social diferente, pois agora conta com a companhia dos professores e dos colegas.
O ambiente escolar passa a ser a principal fonte de conhecimento sobre alimentação, por isso, existe um significativo aparato técnico cientifico e legal que sugere diversas estratégias para a implementação da EAN: a oferta da alimentação saudável na escola, a implantação e manutenção de hortas escolares pedagógicas, a inserção do tema alimentação saudável no currículo escolar, a realização de oficinas culinárias experimentais, a formação da comunidade escolar sobre o tema, bem como o desenvolvimento de tecnologias sociais que a beneficiem”.
Entretanto, conforme Rahilda Tuma, apesar de todas as recomendações e evidências sobre a necessidade e importância da inclusão do nutricionista nas pré-escolas e escolas, grande parte delas não dispõe desse profissional em seus quadros. “Isso torna inviável a prática da educação alimentar e nutricional para prevenir doenças como sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes mellitus, anemia, anorexia, bulimia e tantas outras, e negligencia o atendimento dietético individual para crianças que já apresentam distúrbios alimentares”, comentou a nutricionista.
Assim, o grupo selecionou algumas atividades de EAN que enfatizam o caráter lúdico, ressaltando que a brincadeira é um ato natural da infância, pois estimula o desenvolvimento e facilita a aprendizagem da criança.
Dentre os instrumentos que podem ser utilizados e as atividades de EAN que podem ser desenvolvidas pelos professores, o grupo disponibiliza:
Todos esses materiais educativos estão disponíveis no EAN Virtual.
No caso particular das histórias e dos contos infantis tradicionais, são apresentados no quadro abaixo alguns exemplos, destacando o elemento principal, os conteúdos e as sugestões de atividades específicas para cada uma, baseado no artigo “Era uma vez, um olhar sobre o uso dos contos de fada como ferramenta de educação alimentar e nutricional” de autoria de Cláudia Ridel Juzwiak (2013).
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