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Tucuruí, 29 de March de 2024
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Ong e voluntários se mobilizam contra abandono de animais em Tucuruí

Por Floresta News
Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 10:04H

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A pandemia fez disparar o abandono de animais de estimação pelo mundo e os abrigos ficaram lotados por conta de quem agiu por impulso e desistiu de cuidar de um bicho. Essa realidade se faz sentir também em Tucuruí que registrou um aumento de cerca de 40% nos registros de animais que foram abandonados e hoje estão perambulando pelas ruas do município ou que tiveram mais sorte e foram parar no abrigo da União Protetora dos Animais de Tucuruí (UPAT) ou na casa de voluntários da Ong.

Em 2020, cerca de 7 mil animais estavam em situação de abandono, conforme apontam dados repassados pela Vigilância Sanitária em Tucuruí. Em 2021, esse número subiu para 11 mil, segundo levantamento feito pela Ong, um acréscimo de pouco mais de 2.800 cães e gatos nas ruas da cidade. “Infelizmente ainda há muito romantismo em relação à adoção de animais. São seres vivos e requerem cuidado e atenção. Fora os custos para manter outro ser vivo. Somado a isso, tem a questão da irresponsabilidade de muita gente que acaba abandonando os animais nas ruas da cidade”, explica Iris Sousa, coordenadora da UPAT.

Em Tucuruí, a maioria foi deixada nas ruas, principalmente nos bairros mais afastados da cidade – Arquivo UPAT

O caso das cadelas Frida, Clara e Catarina, resgatadas das ruas da cidade. Frida, por exemplo, escapou de virar comida de urubus, literalmente, perdendo uma das patinhas. Ela foi resgatada, tratada e hoje está bem, saudável, e à espera de quem a adote. “Infelizmente muitas pessoas não têm consciência de que estão abandonando outro ser vivo que não sabe sobreviver sem os cuidados de um dono”.

Para Iris, além de conscientização, o que é feito pelos voluntários da Ong, a solução passa por políticas públicas que vão desde a castração até o censo de animais e seus tutores. “Com registros, dá para controlar a reprodução e saber de quem é a responsabilidade dos animais abandonados e resgatados em Tucuruí. Essas políticas devem focar nos animais de rua inicialmente”, avalia.

Problema se agravou na pandemia

A quarentena, que obrigou a população a ficar meses em casa, estreitou a relação entre os tutores e os animais de estimação, mas muita gente que adotou por impulso abandonou cães e gatos nas ruas ou em abrigos durante a pandemia.

À medida que a vida foi voltando ao normal, os abrigos em todo o país passaram a receber uma enxurrada de animais abandonados. Em Tucuruí, a maioria foi deixada nas ruas, principalmente nos bairros mais afastados da cidade como o Porto do Km 11, Getat, Transcametá, áreas do entorno do aeroporto, Sítio Deus é Grande e Nova Conquista. Somente próximo ao aeroporto, foram contabilizados cerca de 20 animais que foram abandonados.

O aumento do número de animais abandonados é bastante percebido durante os meses de novembro e dezembro. “Essa situação poderia ser evitada caso a pessoa tivesse consciência das responsabilidades que existem por trás da adoção de um animal doméstico”, enfatiza Iris.

A Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos Animais – aponta que o número de cães abandonados chega a crescer cerca de 70% durante o período das férias escolares e festas de final de ano. Os motivos são as viagens ou até mesmo mudança de residência. Vale ressaltar que maus-tratos ou abandono de animais é considerado crime ambiental e pode resultar na pena de detenção de três meses a um ano e multa.

Abrigo para pets – ONG promove o tratamento, a castração e a adoção solidária, mas precisa de apoio para continuar atuando

 Dificuldades

Sem fins lucrativos, a União Protetora dos Animais de Tucuruí (UPAT) mantém 57 cães em seu abrigo e mais 6 animais em lares temporários de voluntários. Todos bem nutridos e bem cuidados, o que exige muita criatividade e dedicação.

A UPAT é uma organização não governamental que tem como objetivo principal proporcionar assistência a animais abandonados no município de Tucuruí. A ONG atua promovendo o tratamento, a castração e a adoção solidária. Com dificuldades, a coordenação vem se desdobrando para manter e custear as despesas da entidade que é mantida por meio de doações de colaboradores.

A coordenadora da UPAT, Iris Sousa, ao lado de Estrela: solução é conscientização e políticas públicas efetivas

Iris Sousa, coordenadora da UPAT, explica que os recursos financeiros arrecadados com a venda de rifas são revertidos para o pagamento de contas, manutenção do abrigo, além de compra de alimentação para os animais que estão alojados à espera de quem os adote. “É bem simples: para custear a ração a gente promove rifas beneficentes periodicamente e esse dinheiro arrecadado com a vendas das rifas é revertido para manutenção do abrigo e alimentação para os animais que estão alojados à espera de quem os adote”, explica.

Além das doações, a instituição realiza periodicamente rifas e bazares. Quase sempre para pagar os boletos das compras de ração dos cães. “Praticamente toda semana temos boletos de ração para quitar e como não geramos renda precisamos fazer alguma ação para mobilizar os voluntários e poder pagar esses boletos. Assim os animaizinhos sempre têm o alimento. Mas não é fácil nossa missão”, explica a coordenadora.

Além de salvar os animais, a rede de voluntários vem atuando desde 2014 na conscientização da população sobre proporcionar cuidados dignos aos animais. “Sempre estamos precisando adquirir medicamentos, encaminhar animais doentes ao médico-veterinário, além de comprar alimentação. Então, se você puder, ajude comprando nossa rifa”, solicita a coordenadora.

A UPAT está localizada em um espaço físico cedido pela Eletronorte, que fica na Vila Residencial, ao lado do IML de Tucuruí. Contatos podem ser feitos pelo número (94) 9 9908-8592.

Reportagem Denis Aragão

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