Por Floresta News
Publicado em 22 de agosto de 2023 às 19:36H
Mulher, mãe e empreendedora há sete anos. Como se não fosse desafios suficientes, Thayane Bandeira, ainda escolheu empreender em uma área predominantemente masculina: Ela é engenheira eletricista e especialista em energia solar, mora em Tucuruí, há 460 km de Belém e este ano resolveu aceitar mais um desafio em sua vida profissional: se inscreveu no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, uma iniciativa que valoriza e incentiva o empreendedorismo feminino no Brasil, reconhecendo o trabalho e a dedicação de mulheres empreendedoras que contribuem para o desenvolvimento do país.
Thayane conta que mesmo sendo uma área de atuação masculina muito forte, nunca se sentiu intimidada: “Eu sempre tive muita clareza da necessidade que as pessoas tinham de pagar menos nas contas de energia, então eu enfrentei de peito aberto os desafios do mercado e fui quebrando todas as objeções de uma mulher empreender nesse nicho e hoje estamos vendo o resultado, com a nossa empresa sendo reconhecida em números e qualidade”.
Segundo o Sebrae, com base em dados do IBGE, o número de mulheres empreendedoras chegou a 10 milhões no segundo semestre de 2022. Desde 2004, esse prêmio homenageia elas, que tem capacidade de inovação, estratégia e gestão empresarial que, com seus negócios, geram impacto social e econômico na região em que estão inseridas. E essa é a primeira vez que Tucuruí terá representantes nessa premiação nacional do Sebrae.
Apesar da pouca idade, apenas 29 anos, Thayane nota que, desde a faculdade as mulheres vem ocupando espaços que antes eram, na sua grande maioria, preenchidos por homens. “Quando eu iniciei a faculdade, lembro que éramos três ou quatro mulheres em uma turma de quarenta alunos, hoje vemos muitas jovens entrando nessa profissão, abrindo empresas e não em papéis coadjuvantes ao lado dos maridos ou pais”.
Grande parte das mulheres criam seu próprio negócio por necessidade. O último índice de empreendedorismo feminino na pandemia mostra um aumento de 41% de empreendedoras, segundo o LinkedIn. O aumento foi interpretado como uma resposta aos desafios profissionais do período, a necessidade de maior flexibilidade para conciliar trabalho e cuidados de casa ou da família.
A jornada de Thayane é muito parecida com a da maioria da mulheres no mundo, pois além da empresa de energia solar, ela se dedica na criação de seus dois filhos, João e Bernardo, de 12 e 2 anos. Ela conta que as crianças são suas maiores motivações para continuar a investir na sua carreira: “Eu quero poder proporcionar aos meus filhos oportunidades que eu não tive, quero ter a liberdade financeira para mostrar o mundo a eles, além de me capacitar para guia-los para realizar seus sonhos.”
Para o futuro ela está apostando alto, quer extrapolar as fronteiras do Estado do Pará e também atuar como agente de mudança na mentalidade de outras mulheres. “Eu quero ser inspiração para outras mulheres, me vejo cada vez maior, abrangendo outras cidades e Estados, temos projetos de expansão da E-Solar Engenharia, então pera o futuro só consigo visualizar o crescimento pessoal e empresarial”.Quando questionada sobre o por que se inscreveu no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, a engenheira é assertiva e respondeu seguramente: “Quero mostrar que nós mulheres podemos sim empreender no ramo de engenharia, tecnologia, prestando um serviço de excelência, qualidade, com tecnologia de ponta. Acho muito importante levar essa representatividade pro Brasil inteiro, do interior do Pará, do meio da Amazônia, mostrar pra essas mulheres que elas também podem e que a gente consegue”. Finalizou Thayane.
Texto Liliane Skittberg