Por Floresta News
Publicado em 01 de abril de 2022 às 10:51H
A campanha nacional de 2022 para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo traz o tema “Lugar de autista é em todo lugar!” (com a hashtag #AutistaEmTodoLugar), pedindo inclusão em todos os aspectos, em todos os âmbitos, em todo lugar. A data foi criada em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas) e é celebrada todo 2 de abril.
O número de referência mundial da prevalência de autismo é do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, que aponta 1 criança com autismo a cada 44 nascimentos nos números divulgados no fim de 2021. O Brasil não tem números oficiais e, neste ano, pela primeira vez teremos uma pergunta sobre autismo no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em Tucuruí aconteceu nesta sexta-feira (1º) na praça Céu, no bairro Santa Mônica, um evento de conscientização, reunindo dezenas de crianças da escola Florípes Caldas, que distribuíram panfletos informativos, e chamaram a atenção para a causa.
A professora Vanda Rodrigues, que trabalha há mais de oito anos com crianças autistas em Tucuruí fala da importância de momentos como este: “O objetivo hoje é chamar a atenção da sociedade para esta causa, conhecer, se informar e ajudar as pessoas que têm autismo. As crianças com autismo precisam do nosso apoio, precisam de profissionais especializados que possam dar atendimento adequado, para que também possam se desenvolver e para que as famílias se sintam acolhidas.”
Na última segunda-feira (28) a Prefeitura de Tucuruí, através da Secretaria de Saúde, realizou a inauguração do novo prédio do Centro Municipal de Atenção à Pessoa com Autismo (CEMAPA) – Enfermeiro Armando Modesto, no bairro da Pioneira, que deve atender de forma interdisciplinar e humanizada pessoas com autismo. Lá serão ofertados gratuitamente serviços e atendimentos aos autistas e as famílias terão acompanhamento nas áreas da Saúde e Assistência Social.
Pode-se dizer que há vários tipos ou subtipos de autismo, pois o transtorno é caracterizado por déficits, de qualquer nível, em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social (socialização e comunicação) e comportamento (movimentos repetitivos e interesses restritos). O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), portanto, afeta cada pessoa de maneira única. Não há um autista igual ao outro — nem em gêmeos idênticos.
Estudos recentes (principalmente uma grande pesquisa científica publicada em 2019, com mais de 2 milhões de indivíduos, em cinco países) têm demonstrado que fatores genéticos são os mais importantes na determinação de suas causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%). Existem atualmente mais de 900 genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.
No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 — garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência. A legislação, porém, saiu minimamente do papel até agora.
Apesar da prevalência norte-americana de 1 a cada 44 crianças, que são referentes a uma pesquisa de 2018, com número de homens quatro vezes maior que o de mulheres, a ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera uma estimativa conservadora, de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda. No Brasil não sabemos a prevalência de autismo, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes daquela cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas. O Censo 2022 poderá dizer o número de diagnósticos do país, não o número total de pessoas autistas.
A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.
Com informações do Canal Autismo